08/08/2008

Agosto

É um mês quente. Chega após o longo repouso de julho. Não adianta debruçar palavras sobre a negatividade de Agosto, não posso inclusive afirmar se existe esta tal "negatividade" ou ser este mês o do desgosto, conforme o dito popular. Acabam-se as últimas chuvas e desemboca o calor ardido, a época não mais é propicia ao plantio ou engorda de rebanhos... tampouco para a sesta após a refeição, nada muito animador este tal de Agosto. Contabilizo também o fim de dois amores, a perda de uma grande amizade e mormente bebo mais que o necessário neste mês. Estive longamente conversando com um poeta próximo sobre Agosto e este com o cenho enigmático ficava questionando-me sobre o porquê de escrever este mote, estranhando meu espírito macambúzio e terminando por puxar de suas memórias mais remotas um verso que fiz sobre o dito mês, infantil por sinal, vaticinou que padeço de depressão agostiniana. Neste poemeto à qual me referi falo pesarosamente sobre o ataque das bombas atômicas ao Japão, não sei se resquício do que "aprendi" no estudos colegiais ou simplesmente o sentimento que faz-me ser parte da humanidade. Pode ser também esta dor filha da partícula de segundo que dizimou o cotidiano de duas cidades inteiras e seus amores, esquinas, lembranças e vidas... foram centenas de milhares de pessoas mortas e isto ressoa em minh'alma. Não tento deter o sentimento do mundo inteiro, mas longe de ficar em paz quando revolve em meus pensamentos nagasaki e hiroshima e a destruição delas. Houveram catástrofes, morticínios, guerras que contaram com números maiores do que o acontecido no Japão, mas nenhuma foi tão ágil e covarde, nenhuma deixou uma herança macabra como a radiação... Agosto é sem gosto, só amarga um pouco perto do fim.

Um comentário:

Anônimo disse...

rapaz!
animação! já lhe disse pra você esbanjar felicidade!!!
abraco querido!