22/02/2008

O velho, pombos e a Rua

Título óbvio e um tanto lírico... nada além duma cena que comove, levando este incauto pedestre a escrever sobre a mesma. Todos os dias quando me dirijo à forca, noutras palavras para minha burocracia diária, apenas com o fim de garantir alguns trocados no fim do mês, deparo-me com um carrancudo velhinho que alimenta uma porção de pombos com restos de comida. Padre Luís Figueira é a rua do prestativo e “humano” senhor, preferiria chamar a veia citadina por outro nome, nunca me veio a mente quem seria o referido clérigo, mas as ruas de Fortaleza são assim cheias de nomes e nomes e nomes de pessoas, instituições e tantas coisas idiotas, não seria até melhor chamar Rua da desilusão à Conde D’eu? Feito um hindu de memória prodigiosa tento decorar esses milhões de logradouros institucionalizados pelo Estado e de certa forma consigo, somente por andar muito a pé. Já morei na Barão de Studart e na Carlos Vasconcelos, no Crato na Monsenhor Esmeraldo e em Limoeiro do Norte na João Maria. Chatos esses endereços. E o velho não muito gentil, um dia indagado por mim se gostava dos animais, me respondeu na bucha que preferia todos os dias alimentá-los ali no outro lado da calçada a ter que agüentar o seu insuportável arrulhar nas calhas de sua casa amarela, me confessou ainda que tratava-se de um acordo...

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