o velho,
tendo em lugar de seu corpo um molambo frágil e bêbedo,
apenas a mão segura a cabeça,
o resto adormece sobre a cansada cadeira de cedro.
o quartinho quente encerra toda a vontade de viver...
papéis e livros infestam o ar com acarídeos,
um cheiro azedo de solidão é o que impera.
a Morte ronda insone.
a vontade de continuar vivo definha na surdez de uma noite febril:
uns copos de cachaça e uma corda já bastaram.
o mar lá em baixo é verde
e sem importar-se com o velho
não pára de alquebrar suas ondas inquietas
no espraiado amarelo d'areia.
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